quinta-feira, 24 de março de 2011

O Fotógrafo

Difícil fotografar o silêncio.
Entretanto tentei. Eu conto:
Madrugada a minha aldeia estava morta.
Não se ouvia um barulho,ninguém passava entre
as casas.
Eu estava saindo de uma festa.
Eram quase quatro da manhã.
Ia o Silêncio pela rua carregando um bêbado.
Preparei minha máquina.
O silêncio era um carregador?
Estava carregando um bêbado.
fotografei esse carregador.
tive outras visões naquela madrugada.
Preparei minha máquina de novo.
tinha um perfume de Jamim no beiral de um sobrado
Fotografei o perfume.
Vi uma lesma pregada na existência mais do que na pedra.
Fotografei a existência dela.
Vi ainda um azul-perdão no olho de um mendigo.
Fotografei o perdão.
Olhei a paisagem velha a desabar sobre uma casa.
Fotografei o sobre.
Foi dificil fotografar o sobre.
Por fim eu enxerguei a Nuvem de calça.
Representou para mim que ela andava na aldeia de
braços com Maiakovski - seu criador.
Fotografei a Nuvem de calça e o poeta.
Ninguém outro poeta no mundo faria uma roupa
mais justa para cobrir a sua noiva.
A foto saiu legal.

Manoel de Barros - Ensaios Fotográficos 

sexta-feira, 18 de março de 2011

Cinemar, (de)compor, escreviver: calidoscópios juvenis em perspectiva

Por Fábio Leonardo C. B. Brito

Leituras, leituras... a sina de um jovem e recém-mestrando, no intermezzo crucial de sua vida. As mudanças se apresentam, se concretizam, e a única saída é acompanhá-las, sob a pena de perder o bonde. Mas tudo a seu tempo. Enquanto isso, só resta esperar. E há formas melhores de esperar do que acompanhado de boas leituras? Pois é. E poucas leituras reuniriam mais os gostos do blogueiro que ora vos fala do que "História, Cinema e outras imagens juvenis", uma compilação de artigos reunidos pelo Prof. Dr. Edwar Castelo Branco, líder do grupo de pesquisa "História, Cultura e Subjetividade" no CNPq.

O livro reúne o resultado de pesquisas que versam sobre os mais diversos temas, que convergem nos interesses da juventude brasileira em diversas épocas, em especial nos anos 60/70. Abrange textos referentes à produção cinematográfica em super-8 no Piauí na década de 1960, bem como as temáticas ligadas a tais filmes. O experimentalismo marginal e sua relação conflituosa com os modelos comercialmente padronizados, bem como suas divergências com o chamado Cinema Novo e seus representantes. Fariam parte de uma mesma estética cinematográfica ou guardariam diferenças suficientes para sua segregação?

A juventude dos anos 60 e 70, dividida entre os pertencentes à sociedade-padrão aceitável, os panfletários marxistas e os anarco-marginais, foge aos estereótipos porventura construídos para ela. É possível encontrar nas letras pernambucanas de Jomard Muniz de Brito uma multiplicidade de estéticas, bem como uma busca constante por uma "revolição" cultural, fundamentada em uma desconstrução dos "monstros sangrados" da arte e da política brasileira.

Se em 1968 as palavras se levantavam em protestos por parte dos estudantes da UNE, o desbunde era resultado de um processo sócio-histórico de transformação cultural do país. Teresina entrava em um circuito cultural que, no fim do século, ajudaria a configurar tal cenário. O cinema chegava, visto por muitos intelectuais da época como uma "invenção do diabo", trazendo novos costumes, maneiras de ver, vestir, amar as pessoas, sentir o mundo ao redor. Os escritos de Higino Cunha, Elias Martins e Clodoaldo Freitas divergiam quanto às contribuições da sétima arte à formação cotidiana teresinense.

A contracultura se apresenta em imagens, fotografias, conceitos e músicas. A arte musical e o surrealismo no rock de Raul Seixas deixa transparecer o esoterismo presente em sua filosofia hippie, a ideia de liberdade de atitudes, ao mesmo tempo em que, contraditoriamente, se mostrava moralista em termos sexuais.

Uma amálgama de identidades se construiu em torno das juventudes de todas as épocas. Discursos dissonantes e aventuras culturais, desafiando as visões pragmáticas do homem, este ser complexo, em seu momento biológico mais particular. Um conjunto de imagens que se misturam numa sopa com pedaços de monturos, o vômito dos dogmas, a merda jogada sobre os monumentos. Uma poção mágica desafiadora, que traz a dúvida maravilhosa e revela os segredos do incerto.

CONVITE


Prezados(as) Senhores(as),

Convidamos Vossa Senhoria para a aula inaugural do Mestrado Acadêmico em História do Brasil, no dia 21 de março de 2011 às 18 horas, no auditório Noé Mendes no Centro de Ciências Humanas e Letras - CCHL.  

A aula “Entre História, Religião e Cultura” será ministrada pela Profa Dra Eliane Moura e Silva da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp/SP

Aproveitamos a oportunidade para convidá-los ainda para a defesa da dissertação
“De salteadores errantes a mártires e milagreiro: representações sociais de ciganos na Cidade de Esperantina-Piauí”

Mestranda: Maria Auxiliadora Carvalho e Silva
 Banca Examinadora:
·         Profa. Dra. Áurea da Paz Pinheiro [PPGH/UFPI] Orientadora
·         Profa. Dra. Eliane Moura e Silva [PPGH/Unicamp/SP]
·         Prof. Dr. Solimar Oliveira Lima [PPGH/UFPI]
·         Profa. Dra. Viviane Pedrazani [UESPI] [SUPLENTE]
Data: 22 de março de 2011
Horário: 09h
Local: Auditório Noé Mendes CCHL/UFPI       

Desde já agradecemos a presença.



Profa Dra Áurea da Paz Pinheiro
Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em História do Brasil da UFPI

Eventos!!!


Caros Colegas, 
fiquem atentos, as inscrições com apresentação de trabalho no simpósio nacional da ANPUH, serão feitas até segunda dia 21.

XVI SIMPÓSIO NACIONAL HISTÓRIA
ANPUH: 50 anos
São Paulo, 17 a 22 de julho de 2011.
Universidade de São Paulo (USP)
Cidade Universitária

Mais Informações no site: http://www.snh2011.anpuh.org


II Simpósio de História do Maranhão Oitocentista
LOCAL: Prédio do Curso de Arquitetura (UEMA) - Centro Histórico


VIII Encontro de História Oral do Nordeste
10 a 13 de Maio 2011
Universidade Federal do Piauí

quinta-feira, 17 de março de 2011

CONVITE DE DEFESA DE DISSERTAÇÃO

A Coordenação do Programa de Pós-Graduação em História do Brasil da Universidade Federal do Piauí convida a Comunidade Acadêmica para assistirem a apresentação da defesa de dissertação da mestranda:

MARIA AUXILIADORA CARVALHO E SILVA

Título: “DE SALTEADORES ERRANTES A MÁRTIRES E MILAGREIROS: representações sociais de ciganos na cidade de Esperantina – PI”.

Banca Examinadora:

1. Áurea da paz Pinheiro - UFPI (Orientadora)
2. Eliane Moura Silva – UNICAMP (examinadora)
3. Solimar Oliveira Lima – UFPI (examinador)
4. Viviane Pedrazani - UESPI (suplente)

DATA: 22 de março de 2011

HORÁRIO: 09:00 horas.

LOCAL: AUDITÓRIO NOÉ MENDES – CCHL.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Boas Novas!!!

Caros amigos,


Criamos o blog como mais um espaço para nossas interlocuções...


começando com:


Para acessar o plano de curso da disciplina História e Memória acessem nosso email: historiaememoria2011@gmail.com


sobre a Xerox:




Xerox da disciplina está na Real Copia que fica na praça de alimentação, em frente ao Anexo CCHL-CCE

Os texto disponíveis são:

Dia 22 de março

SEIXAS, Jacy Alves de. Percursos de memória em terras de história:
problemáticas atuais. In: BRESCIANI, Stella; NAXARA, Márcia (orgs.).
Memória e (Res) Sentimento. Indagações sobre uma questão sensível.
Campinas,SP: Editora da UNICAMP, 2004, p. 37-58. (Xerox)


FERREIRA, Marieta de Moraes; AMADO, Janaína. Usos e abusos da
História oral. 3. ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2000.(Xerox – primeiro capítulo)

Dia 29 de março

ARTIÈRES, Phillippe. Arquivar a própria vida. Revista Estudos Históricos/
CPDOC, Rio de Janeiro, v. 11, n. 21, 1998, p. 09-34.(digital)

ECO, Umberto; CARRIÈRE, Jean-Claude. Prefácio. In: Não contem com o
fim dos livros. Rio de Janeiro: Record, 2009, p. 7-14. (Xerox)

______. O livro não morrerá. In: ______. Não contem com o fim dos livros. Rio
de Janeiro: Record, 2009, p. 15-20. (Xerox)

______. Nada mais efêmero que os suportes duráveis. In: ______. Não contem
com o fim dos livros. Rio de Janeiro: Record, 2009, p. 21-40. (Xerox)

SILVA, Armando. Imaginários de família no álbum digital. In: Álbum de Familia.
A imagem de nós mesmos. São Paulo: Editora SENAC; Edições SESCSP, p.
178-196. (Xerox)


Esta disponível na Xerox também



Os livros
AUGÈ, Marc. Não-Lugares: introdução a uma antropologia da
supermodernidade. 7. ed. Campinas, SP: Papirus, 1994.

HALBWACHS, Maurice. Memória Coletiva e Memória Histórica. In: A
Memória Coletiva. São Paulo: Centauro, 2004, p. 57-94.

SODRÉ, Muniz. Cultura negra. In: ______. A verdade seduzida. Por um
conceito de Cultura no Brasil. 3 ed. Rio de Janeiro: DP&A editora, 2005, p.
89-139.


Obs: os textos do primeiro seminário (dia 05 de abril 2011) já estão todos disponíveis
SCHWARCZ, Lilia K. História e Etnologia. Lévi-Strauss e os embates em
região de fronteira. Revista de Antropologia, v.42 n.1-2 São Paulo ,1999.(digital)